
Lenda sobre o nome da aldeia.
[Espada nele! Espada nele!]
Versão A:
No sítio chamado Vila dos Mouros, termo de Espadanedo, concelho de Macedo
de Cavaleiros, situado no cume de um outeiro, onde ainda se divisam restos de
fortificações, fossos e pedregulhos derrubados, vivia um mouro poderoso, que exigia
anualmente dos povos cristãos vizinhos um certo número de donzelas para o seu
harém.
Um dia, resolvidos a acabar com tão vexatório tributo, revoltaram-se ao grito
de “Espada nele! Espada nele!”, [ou seja] “mata-o, passa-o à espada”. De onde,
segundo a etimologia popular, veio à povoação o nome Espadanedo.
Segundo a mesma lenda, o mouro tinha um caminho subterrâneo para levar os
cavalos a beber ao ribeiro que longe corre no fundo do outeiro.
Versão B (O rei mouro e as doze donzelas):
Dizem os antigos que a norte da aldeia de Bousende, concelho de Macedo de
Cavaleiros, viveram os mouros num sítio a que chamam Fragão. E que se refugiavam
ali para verem melhor ao longe e se defenderem dos cristãos. Dizem também que nesse
lugar abriram uma passagem secreta por debaixo da terra até à ribeira, onde levavam
os animais a beber sem ninguém os ver.
Ora, no sítio do Fragão há ainda hoje uma pedra em cima das outras, a qual era
usada pelos mouros para comunicarem a grandes distâncias. Bastava que a puxassem e
ela emitia um som muito forte. Conta-se também que este som era o sinal do rei mouro
quando queria comunicar com os seus servos, e que, mal o ouviam, reuniam-se
rapidamente para receberem ordens.
Um dia o rei ordenou-lhes que fossem ter com os cristãos para lhes exigirem
doze donzelas para o seu harém. Só que os cristãos não cederam. Travou-se então uma
grande batalha. E diziam:
– Espada nele! Espada nele!
Diz-se que foi com este grito que os cristãos ganharam ânimo e venceram. Por
isso aquela terra ficou com o nome de Espadanedo.
Fonte – versão A: ALVES, Francisco M. – Memórias
Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, vol. IX, Porto,
1934, p. 191. Fonte – versão B: Inf.: Ermelinda Olívia Ferreira, 48
anos; rec. Ferreira, Macedo de Cavaleiros, 2001.